quarta-feira, 26 de outubro de 2016

OS CAMINHOS DA LUZ - O QUE É DUALIDADE ONDA-PARTÍCULA?




Fonte: About Phyisics, UFRGS

O princípio da dualidade onda partícula da velha física quântica afirma que matéria e luz exibem os comportamentos de ondas e partículas, dependendo das circunstâncias do experimento. É um tema complexo, mas entre os mais intrigante na física. Veremos agora um pouco da história da luz e a corda de guerra entre a sua natureza dual. 

Dualidade onda partícula na Luz

Em 1600, Christiaan Huygens e Isaac Newton propuseram teorias para o comportamento da luz concorrente. Huygens propôs uma teoria ondulatória da luz, enquanto Newton uma teoria "corpuscular" (partículas) da luz. A teoria de Huygens teve alguns problemas na observação de harmonização. O prestígio de Newton ajudou dar apoio à sua teoria, por isso há mais de um século a sua teoria era dominante.



Surgiram complicações para a teoria corpuscular da luz. A Difração havia sido observado, por um lado, que tinha dificuldade em explicar adequadamente. experimento fenda dupla de Thomas Young resultou em comportamento ondulatório óbvio e parecia apoiar firmemente a teoria ondulatória da luz sobre a teoria de partículas de Newton.


No experimento de Young, uma luz é projetada em duas fendas e em seguida, projetada novamente em um anteparo. Young A figura mostra diferentes espectros de interferência obtidos variando a distância entre as fendas.

Uma onda geralmente tem que propagar através de um meio de algum tipo. 

 O meio proposto por Huygens tinha sido éter luminífero (ou, na terminologia moderna mais comum, éter ). Quando James Clerk Maxwell quantificado um conjunto de equações (chamado leis de Maxwell ou equações de Maxwell ) para explicar a radiação eletromagnética (incluindo a luz visível), como a propagação de ondas, ele assumiu apenas como um éter como meio de propagação, e suas predições eram consistentes com resultados experimentais.

O problema com a teoria das ondas foi a de que a éter nunca tinha sido encontrado. Não só isso, mas as observações astronômicas em aberração estelar por  James Bradley em 1720 tinha indicado éter que teria de ser estacionário em relação a um movimento da Terra. Ao longo de 1800, foram feitas tentativas para detectar o éter ou o seu movimento diretamente, culminando com a famosa experiência de Michelson-Morley . Todos eles não conseguiram realmente detectar o éter, resultando em um enorme debate como o século XX começou. Luz era uma onda ou uma partícula?









Objetivando calcular a velocidade da luz com valores cada vez mais precisos, assim como verificar a existência do éter luminífero cartesiano (ELC) [meio no qual a luz se propaga, segundo a proposta apresentada pelo físico e matemático escocês James Clerk Maxwell (1831-1879), em 1873 Michelson construiu, em 1881 (American Journal of Sciences 22, p. 120), um interferômetro.

Em 1905 (o ano do milagre), Albert Einstein publicou seu artigo explicando o efeito fotoelétrico, que propôs que a luz viaja em pacotes discretos de energia os quantaA energia contida dentro de um fóton estava relacionada com a frequência da luz. Esta teoria veio a ser conhecida como a teoria do fóton de luz (embora a palavra fóton não foi inventado até anos mais tarde). Com esse trabalho, mais tarde, em 1921, Einstein ganharia o seu Prêmio Nobel de Física.









Com os fótons, o éter já não era essencial, como meio de propagação, embora ainda deixado o paradoxo ímpar na qual o comportamento de onda foi observado. Ainda mais peculiar foram as variações quantum do experimento da fenda dupla e o efeito Compton que pareceu confirmar a interpretação de partículas.



Animação do experimento da dupla fenda. Créditos: Claus.Wimmer



No efeito Compton, assim como no experimento da dupla fenda, verificou-se que, ao emitir um fóton na eletrosfera de um certo material, um elétron seria ejetado para fora da eletrosfera, e um fóton seria espalhado pelo efeito da difração, assim como bolas de bilhar em uma mesa de sinuca.
Como todos estes experimentos foram realizados e evidências acumuladas, as implicações rapidamente se tornaram claras e alarmantes:
"A Luz funciona como uma partícula e uma onda, dependendo da forma como o ensaio é conduzido e quando são feitas as observações."




quinta-feira, 5 de maio de 2016

O que o aquecimento global pode causar no Brasil?



por Marina Motomura | Edição 61 


Além de sentir mais calor, em um futuro não tão distante o povo brasileiro deve enfrentar secas em algumas partes, chuvas torrenciais em outras, furacões, e todas as espécies, inclusive o ser humano, devem sofrer baixas consideráveis. No início de fevereiro, um grupo de cientistas do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, da ONU) divulgou um relatório que mostra que o planeta está cada vez mais quente - e a chapa vai continuar esquentando. O aquecimento da Terra, contudo, não será homogêneo: a temperatura subirá mais nos continentes do que nas áreas oceânicas e mais no hemisfério norte do que aqui no sul. Isso significa que o Brasil até pode ser menos afetado do que os Estados Unidos e os países europeus, mas, se as previsões do IPCC se concretizarem, não teremos refresco. "O aquecimento por aqui deve ser de 4 a 5,5 ºC na região tropical. O Nordeste, o Centro-Oeste e a Amazônia serão as regiões mais afetadas", diz o meteorologista José Marengo, coordenador de estudos de mudanças climáticas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O IPCC deve divulgar novos relatórios mais detalhados em breve, com previsões sobre o impacto do aumento da temperatura em cada região do globo, mas estudos do Inpe já dão uma idéia de como ficará nosso país em menos de cem anos. É melhor ir ligando o ar-condicionado.
Operação abafa Dentro de cem anos, as Regiões Norte e Centro-Oeste serão as maiores vítimas do calor
FLORESTA AMEAÇADA
No Brasil, a onda de calor será mais intensa nas Regiões Centro-Oeste e Norte. E, junto com o calor, aumentam os riscos de incêndios e queimadas. A maior vítima disso, claro, é a floresta Amazônica, onde a mata fechada deve dar lugar a uma vegetação menos densa, como o cerrado
ENTRESSAFRA
O aquecimento global vai bagunçar as temperaturas, acabando com as diferenças entre as quatro estações, e tornando os veranicos - períodos secos em estações tipicamente chuvosas - mais freqüentes. Com isso, safras inteiras podem ser perdidas por causa do calor e de chuva em excesso na hora errada
FURACÃO 2100
É "muito possível", segundo o IPCC, que tormentas, tufões e furacões sejam mais constantes e intensos - o aquecimento aumenta os choques entre massas de ar de diferentes temperaturas, provocando fenômenos desse tipo. O furacão Catarina, que passou por Santa Catarina em março de 2004, parece ter sido apenas o primeiro resultado desse processo
PLANTÃO MÉDICO
O ar, quente e seco, ficará mais difícil de respirar. Ao menos 300 mil pessoas morrerão a cada ano devido a doenças respiratórias. Brasília, já famosa pelo clima seco, ficará inabitável em algumas épocas. E não é só isso: como verão e inverno terão temperaturas parecidas, insetos transmissores de doenças como malária e dengue terão mais tempo para se reproduzir
NÃO VAI DAR PRAIA
O IPCC prevê que o nível dos oceanos suba de 18 a 59 centímetros até 2100. Cidades litorâneas do mundo todo terão que construir barreiras para conter a água e ilhas correm o risco de desaparecer. A ilha de Marajó, no Pará, não deve sumir nesse primeiro período, mas seu território sofrerá uma perda considerável: o Inpe prevê que 2 metros de elevação do nível do mar roubaria 28% do território da ilha
VIDAS SECAS
Com temperaturas mais altas, as regiões secas devem ficar ainda mais secas. O semi-árido nordestino pode deixar o semi para trás e ganhar o aspecto de um deserto. Resultado: menos plantas, menos animais e mais gente fugindo para as cidades maiores, que verão a pobreza crescer na sua periferia
TEREMOS TORÓ
Foi-se o tempo que São Paulo era a terra da garoa. Daqui para a frente, a metrópole tende a sofrer com chuvas fortes - e, claro, enchentes constantes. Nas cidades do Sul e do Sudeste, deve chover 20% mais do que chove hoje e, pior, as chuvas devem ser mais duradouras, já que mais água deve se acumular nas nuvens
MORTE À MATA
Os humanos podem fugir para lugares mais frios se a temperatura aumentar demais, mas animais e principalmente plantas não têm a mesma sorte. Por isso, estima-se que a mata Atlântica, que ainda abriga uma cadeia alimentar bastante complexa, pode perder até 40% da sua biodiversidade atual

terça-feira, 15 de março de 2016

Usando Números muito Pequenos e Números muito Grandes



Escrevendo números muito pequenos
e números muito grandes: a notação científica


Leia o seguinte texto, em voz alta, e em menos de 30 segundos:
"...como, por exemplo, o nosso Sistema Solar que tem um diâmetro aproximado de 100000000000 metros. E isto é muito pequeno se comparado com o tamanho da Galáxia onde vivemos com seus incríveis 100000000000000000000 metros de diâmetro. No entanto, ao lembrarmos que o Universo visível deve ter cerca de 100000000000000000000000000 metros de diâmetro, vemos que tamanhos assombrosos estão incluídos no estudo da Astronomia. Daí pensamos, é melhor estudar biologia pois a molécula do DNA tem apenas 0,0000001 metros, muito mais fácil de lidar. O problema é que a astronomia não é uma profissão perigosa enquanto que a biologia... Imagine que os biólogos têm a coragem de lidar com vírus que medem apenas 0,000000001 metros e são terrivelmente mortais. E se, por uma distração, um biólogo deixa um destes vírus cair no chão do laboratório? Nunca mais irá encontrá-lo!...."


Difícil ler estes números, não é? Vamos melhorar então o texto para você fazendo algumas modificações. Leia, novamente, em voz alta e em menos de 30 segundos:
"...como, por exemplo, o nosso Sistema Solar que tem um diâmetro aproximado de 100 bilhões de metros. E isto é muito pequeno se comparado com o tamanho da Galáxia onde vivemos com seus incríveis 100 milhões de trilhões de metros de diâmetro. No entanto, ao lembrarmos que o Universo visível deve ter cerca de 100 milhões de bilhões de bilhões de metros de diâmetro, vemos que tamanhos assombrosos estão incluídos no estudo da Astronomia. Daí pensamos, é melhor estudar biologia pois a molécula do DNA tem apenas 1 décimo milionésimo do metro, muito mais fácil de lidar. O problema é que a astronomia não é uma profissão perigosa enquanto que a biologia... Imagine que os biólogos têm a coragem de lidar com vírus que medem apenas 1 bilionésimo do metro e são terrivelmente mortais. E se, por uma distração, um biólogo deixa um destes vírus cair no chão do laboratório? Nunca mais irá encontrá-lo!...."


Melhorou um pouquinho, não? Mas, mesmo assim, ainda fica difícil comparar números com tantos zeros à direita ou à esquerda da vírgula, ou seja, com tantas casas decimais.

Para melhorar isto a ciência usa uma forma compacta de escrever números muito grandes ou muito pequenos, a chamada
notação científica ou notação exponencial.

A
notação científica ajuda a evitar erros quando escrevemos números muito grandes ou muito pequenos e facilita a comparação entre estes números.
Esta notação é muito usada nos artigos científicos uma vez que quantidades muito pequenas e muito grandes aparecem frequentemente na Astronomia e na Física.


Como é a notação científica?

A notação científica nada mais é do que escrever qualquer número, seja ele muito grande ou muito pequeno, como se ele estivesse multiplicado por uma potência de 10.

Todos os números, muito grandes ou muito pequenos, estarão multiplicados por um fator do tipo

10?

No caso de números muito grandes o expoente "?" será um número positivo

No caso de números muito pequenos o expoente "?" será um número negativo

Vejamos alguns exemplos:


Números muito grandes

1a regra:
Para escrever com a notação científica qualquer número seguido de muitos zeros basta contar somente o número de zeros que aparecem e colocar este valor como expoente de 10.

Os números agora são lidos facilmente. Por exemplo, 1027 é lido como "dez elevado a 27" ou simplesmente "10 a 27".

É bom relembrar que 1 = 100 pois todo número elevado a zero é igual a 1.

E se o número for, por exemplo, 17400 ?
Seguindo a regra anterior, escrevemos o número 17400 como 174 x 102. No entanto, podemos escrevê-lo de diversas outras formas usando as potências de 10.

2a regra:
A notação científica pode separar um número em duas partes: uma fração decimal, usualmente entre 1 e 10, e uma potencia de 10.

No número dado coloque a vírgula onde você desejar. O número de algarismos deixados no lado direito da vírgula será o expoente de 10. Deste modo podemos escrever o número de muitas formas. Por exemplo:
17400 = 1,74 x 104
17400 = 17,4 x 103
17400 = 174 x 102

Do mesmo modo, um número que já está escrito na notação científica pode ser alterado muito fácilmente. Por exemplo, o número 174 x 102 pode ser escrito como 1,74 x 104. Para isto verificamos que agora passamos a ter dois algarismos no lado direito da vírgula (o sete e o quatro) e, consequentemente, acrescentamos o valor "dois" ao expoente anterior de 10, que passa a ser quatro. O número 1,74 x 104 significa 1,74 vezes 10 elevado à quarta potência ou seja, 1,74 x 10 x 10 x 10 x 10 =17400.


Números muito pequenos

Para representar números muito pequenos a notação científica usa expoentes negativos.
Um sinal negativo no expoente de um número significa que o número é, na verdade, 1 dividido pelo valor que ele teria considerando-se o expoente positivo.
Assim
10-2 = 1/102
10-28 = 1/1028

Regra:
Para escrever um número muito pequeno usando a notação científica contamos o número de algarismos situados no lado direito da vírgula, sejam eles zeros ou não. Este será o valor do expoente de 10
antecedido por um sinal negativo.


E para escrever um número qualquer? Por exemplo, o número 0,0000000478. Contando o número de algarismos à direita da vírgula vemos que existem 10 algarismos. Podemos então escrever este número como 478 x 10-10.

Podemos também escrever este número de várias outras formas colocando sua parte significativa (no exemplo acima, o número 478) em uma forma fracionária. Para determinar o valor do expoente negativo, coloque uma vírgula imaginária no local que você desejar e conte o número de algarismos que se encontram entre as duas vírgulas. Este será o expoente (negativo) de 10. Veja o exemplo a seguir:


Temos duas outras regras também muito fáceis:

Regra 1
se um número está escrito na notação científica cada vez que a vírgula se desloca uma casa para a direita, o expoente de 10 aumenta uma unidade.

0,000478 = 0,00478 x 10-1
0,000478 = 0,0478 x 10-2
0,000478 = 0,478 x 10-3
0,000478 = 4,78 x 10-4
0,000478 = 47,8 x 10-5
0,000478 = 478 x 10-6
etc.

Regra 2
se um número está escrito na notação científica cada vez que a vírgula se desloca uma casa para a esquerda, o expoente de 10 diminui uma unidade.

0,000478 = 478 x 10-6
0,000478 = 47,8 x 10-5
0,000478 = 4,78 x 10-4
0,000478 = 0,478 x 10-3
0,000478 = 0,0478 x 10-2
0,000478 = 0,00478 x 10-1
etc.


Comparando potências de 10

Primeira regra:
Se os expoentes são positivos, o maior número será o que tiver o maior expoente.
1075 é menor do que 1076 (porque 75 é menor do que 76)

Segunda regra:
Se os expoentes são negativos, o maior número será aquele com o menor valor numérico como expoente (sem considerar o sinal).
10-75 é maior do que 10-76 (o expoente negativo menor significa que o número tem menos "zeros" depois da vírgula, ou seja, ele está mais "próximo" da unidade.

Voltemos agora, novamente, ao nosso texto inicial desta vez escrito com a notação científica:
"...como, por exemplo, o nosso Sistema Solar que tem um diâmetro aproximado de 1011 metros. E isto é muito pequeno se comparado com o tamanho da Galáxia onde vivemos com seus incríveis 1020 metros de diâmetro. No entanto, ao lembrarmos que o Universo visível deve ter cerca de 1026 metros de diâmetro, vemos que tamanhos assombrosos estão incluídos no estudo da Astronomia. Daí pensamos, é melhor estudar biologia pois a molécula do DNA tem apenas 10-7 metros, muito mais fácil de lidar. O problema é que a astronomia não é uma profissão perigosa enquanto que a biologia... Imagine que os biólogos têm a coragem de lidar com vírus que medem apenas 10-9 metros e são terrivelmente mortais. E se, por uma distração, um biólogo deixa um destes vírus cair no chão do laboratório? Nunca mais irá encontrá-lo!...."


Muito mais simples, não é? Com certeza você conseguiu lê-lo em menos de 30 segundos e teve muito mais facilidade em comparar os tamanhos pois bastou comparar os expoentes de 10.